USO DO GEORADAR (GPR) NA DETECÇÃO DAS REDES SUBTERRÂNEAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA CADASTRO GEORREFERENCIADO
Autores
1dos Santos, W.; 2Medeiros, N.; 3Farias, S.; 4Schmidt, M.
1UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA Email: weldon@ufu.br
2UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Email: nilcilene.medeiros@ufv.br
3UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA Email: suelem@ufu.br
4UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA Email: marcioschmidt@feciv.ufu.b
Resumo
Com áreas densamente povoadas e crescimento populacional desordenado a rede de utilidade pública subterrânea para abastecimento de água do município de Viçosa - MG, vem-se deparando com características de grandes centros urbanos. Antes, quando o acesso a novas tecnologias era restrito e o custo muito elevado, para se construir ou mesmo dar manutenção necessária a rede de abastecimento, só restava à opção da técnica direta com aberturas de valas a céu aberto. Hoje porém, a tendência do emprego dessa técnica direta é ser menos utilizado devido à disponibilidade de uso das tecnologias existentes. Dessa forma, é de grande importância o estudo com relação a novos métodos indiretos, usando geotecnologias, que possibilitem causar menos transtornos a população. O GEORADAR é um instrumento de investigação do subsolo. Sua utilização para fins de cadastro vem complementar as técnicas tradicionais comumente utilizadas na localização e identificação das redes subterrânea de abastecimento de água, tornando-se assim um instrumento facilitador no emprego do georreferenciamento visando um cadastro consistente. A técnica, que se utiliza do equipamento GPR (Ground Penetrating Radar), teve seu início de aplicação no Brasil no começo da década de 90 para fins geológicos . Este início causou bastante expectativa na comunidade geocientífica Brasileira, pois se vislumbrava uma técnica com grande potencial de diagnósticos, aliada à rapidez e facilidade de aquisição de dados. Em condições geológicas e geofísicas favoráveis, como, locais que possuam rochas com resistividades elétricas altas, o GPR tem se mostrado uma técnica realmente eficaz. Em locais onde as condições geológicas e ambientais são desfavoráveis ou seja, regiões que compreendam ambientes urbanos e/ou com solo argiloso de baixa resistividade elétrica , os ensaios com GPR podem apresentar resultados insatisfatórios e, deste modo, a interpretação deve ser muito cuidadosa e sempre que possível acompanhada de dados de outros ensaios geofísicos ou de investigação direta. Nosso subsolo cada vez mais está sendo utilizado para fornecimento de água, gás natural, saneamento, etc. através de redes subterrâneas. Depara-se então com um grande número de redes de abastecimento que devem ser mapeadas a fim de fornecer informações a respeito de sua localização e identificação para subsidiar seus gestores quanto a sua manutenção. Quando existe uma utilização desordenada e desarticulada do subsolo, o mapeamento torna-se ainda mais crítico. Têm-se observado atualmente uma grande deficiência na localização e identificação das redes de abastecimento após a conclusão das obras de instalação ou manutenção, tanto em ambientes densamente povoados, ou mesmo em pequenos municípios. Este problema é facilmente verificado diante do grande número de acidentes e interrupções de abastecimento de serviços e produtos, oriundos de danos provocados, não intencionalmente, por escavações destinadas a instalações ou manutenções na rede de uma determinada companhia. Recentemente, os procedimentos de identificação e localização eletrônica e imediata, vêm se tornar muito populares em serviços e indústrias. Uma das maiores dificuldades existente na avaliação de uma rede subterrânea para abastecimento de água em uso é o conhecimento da sua estrutura, a qual pode ser definida, de modo geral, pela localização e tipo de material que a compõe. Por exemplo, profundidade, afastamento do meio-fio, extensão da rede, se é de PVC, ferro galvanizado ou ferro fundindo, sendo atualmente importante, até mesmo, saber que tipo de camada do solo que a rede está inserida. O método utilizado para instalação e manutenção é o tradicional, com aberturas de valas a céu aberto. Este procedimento destrutivo é de alto custo, envolve máquinas pesadas e depende de vários trabalhadores na obra, causando obstrução da via e transtorno a população, além da recomposição da camada superficial, o que não é simples de ser feito em grandes extensões. Para auxiliar na determinação da rede subterrânea, existem técnicas não destrutivas que usam sondagens sísmicas e processos geofísicos de prospecção que permitem fazer um levantamento rigoroso das condições abaixo da superfície. Neste sentido, o equipamento GEORADAR tem sido utilizado de modo inovador na determinação das redes existentes, apontando um potencial de uso para a detecção dessas redes, bem como as anomalias envolventes. A determinação de um cadastro bem estruturado das redes de abastecimento para água é um fator importante nas atividades de gerenciamento e desse serviço, possibilitando a tomada de decisões e os estudos de viabilidade técnica-econômica. Assim, as redes georrefenciadas adicionada em um ambiente de Sistema de Informação Geográfica (SIG), têm maior eficiência no gerenciamento. Dentro deste contexto podemos apontar o GPR como um instrumento promissor tanto para obtenção de parâmetros que dêem suporte a avaliação estrutural pontual como também usados periodicamente para conhecer a variação das condições histórica da rede. Aplicando esse método não destrutivo, através da identificação das redes e camadas que a compõe, é possível conhecer sua estrutura, por exemplo, de fatores relacionados com os lençóis freáticos e umidade de equilíbrio, efeitos de vazamentos, ligações clandestinas de esgoto, eventuais deformações devida à camada de solo, entre outras. Tais informações são possíveis de serem identificadas com o emprego do GPR o que caracteriza uma ferramenta importante na rotina de inspeção e fiscalização das redes de abastecimento de água. A utilização do GPR como método não-destrutivo de prospecção, gerenciamento e avaliação de redes subterrâneas para abastecimento de água, ainda é pouco difundida no Brasil.
Keywords
Georradar; Redes de abastecimento; Redes Subterrêneas