ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE TEMPESTADES GEOMAGNÉTICAS NO POSICIONAMENTO RELATIVO A PARTIR DO AUSPOS
Autores
1Menezes, R.R.V.; 2Dal Poz, W.R.
1UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Email: raiane.menezes@ufv.br
2UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Email: william.dalpoz@ufv.br
Resumo
Sabe-se que a ionosfera terrestre é um meio dispersivo e altamente dinâmico, contribuindo com muitos erros presentes nas observações GNSS (Global Navigation Satellite System). Desta forma, apesar de considerar que parte dos erros devido à ionosfera é cancelada na dupla diferenciação, a ionosfera pode causar fortes impactos no posicionamento relativo. No entanto, o comportamento da ionosfera ainda variar de forma imprevisível, pois depende da atividade solar e sua influência no campo geomagnético criando distúrbios adicionais, tais como as tempestades geomagnéticas. A investigação da influência de tempestades geomagnéticas no posicionamento GPS (Global Positioning System), tem sido um assunto muito abordado no campo da Geodésia, visto que seu comportamento varia significantemente, dependendo da região da Terra que se observa. O objetivo deste trabalho consiste em analisar a influência de tempestades geomagnéticas no posicionamento relativo com GPS, observada ao Norte e Sul do Brasil. Para isso, foi realizado uma avaliação da discrepância planimétrica e altimétrica do posicionamento relativo estático, por meio do serviço de posicionamento gratuito on-line AUSPOS (AUSPOS - Online GPS Processing Service). Destaca-se que o Auspos utiliza o modo de processamento relativo em rede, com o uso do software científico de processamento de dados GPS Bernese. Foram utilizados dados GPS em formato RINEX (Receiver Independent EXchange Format) das estações BELE e POAL, pertencentes a RBMC (Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS), abrangendo 9 dias de março de 2015 (DOY 73 a 81) e 8 dias de maio de 2017 (DOY 143 a 150). Estes períodos englobam ocorrências de tempestades geomagnéticas, respectivamente em 17/03/2015 e 28/05/2017. Para uma análise pontual da tempestade, os dados foram editados no TEQC (Translation, Editing, and Quality Check) em intervalos de 6h (17h – 23h) e 3h (5h – 8h), sendo determinados a partir dos maiores valores apontados pelo índice Dst (Disturbance Storm – Time) correspondendo aos picos das tempestades analisadas. A discrepância posicional foi calculada entre as coordenadas de referência das estações da RBMC, disponibilizadas no sítio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com as coordenadas processadas. Salienta-se que as coordenadas de referência, dadas em SIRGAS2000, época 2000.4, para fins de compatibilização, foram transformadas e atualizadas para a época de coleta dos dados, no referencial ITRF2008. Desta forma, as discrepâncias foram calculadas entre coordenadas no mesmo referencial e época. De acordo com as discrepâncias calculadas, não foi possível verificar a correlação com as fases características das tempestades geomagnéticas. Em outras palavras, os maiores valores de discrepâncias não foram observados durante a tempestade geomagnética. Além disso, na fase de recuperação, na qual a ionosfera fica menos intensa, seus valores não diminuíram. Desta forma, pode-se concluir que o AUSPOS não foi sensível aos efeitos das tempestades geomagnéticas analisadas.
Keywords
AUSPOS; GPS; Tempestade Geomagnética