A Estação Fotogramétrica Digital Educacional Livre e-foto: considerações sobre o desenvolvimento evolutivo e metas futuras.
Autores
1Brito, J.L.N.S.; 2Badolato, I.S.; 3Bernardo Filho, O.; 4Ribeiro, J.A.
1UERJ Email: jsilvabr@gmail.com
2UERJ Email: irving.badolato@gmail.com
3UERJ Email: orlandob@gmail.com
4UERJ Email: joao.araujo@gmail.com
Resumo
A Estação Fotogramétrica Digital Educacional Livre e-foto: considerações sobre o desenvolvimento evolutivo e metas futuras. Jorge Luís Nunes e Silva Brito1, Irving da Silva Badolato1, Orlando Bernardo Filho2 e João Araújo Ribeiro 2 Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Faculdade de Engenharia 1 Departamento de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura 2 Departamento de Engenharia de Sistemas e Computação Rua São Francisco Xavier 524 – Salas 4020-B 1 e 5024-D 2 – CEP 20550-013. Rio de Janeiro – RJ. {jsilvabr, irvingbadolato, orlandob, joão.araujo}@gmail.com Palavras-Chaves: e-foto. Software Livre para Educação em Fotogrametria. Estação fotogramétrica digital. Este trabalho apresenta as principais funcionalidades, bem como repercussões e perspectivas do desenvolvimento contínuo de um aplicativo de software livre para o ensino e pesquisa em Fotogramétrica Digital, pelo Laboratório de Fotogrametria e Sensoriamento Remoto (LFSR) da UERJ. O produto ora em tela é o componente principal dos resultados do projeto de pequisa e desenvolvimento tecnológico denominado “Projeto E-Foto”. Observa-se através das estatísticas de acesso a informação, pelas interações em fóruns e pelas premiações internacionais, que este produto vem sendo usado em todo o mundo. A título de exemplo, no ano de 2016 foram efetuados mais de 20.000 (vinte mil) downloads do software, sendo que aproximadamente três quartos destes tiveram origens em computadores fora do país. O Projeto E-Foto visa ao desenvolvimento de materiais para uso educacional, tais como: manuais técnicos, um software livre, dados de exemplo e tutoriais; com objetivo de viabilizar a aprendizagem de fotogrametria digital e a desmistificação dos processos necessários para a construção de soluções nesta área de conhecimento. O software resultante, denominado "e-foto", possui versões de código-fonte e pacotes de instalação para sistemas operacionais Windows e Linux publicados desde agosto de 2002. Desde o ano de 2004, quando o LFSR passou a manter o software, foram publicadas aproximadamente 20 revisões evolutivas. O licenciamento de software adotado neste projeto permite o uso para averiguação da qualidade e incorporação de novos recursos para processamento e interpretação de imagens fotogramétricas digitais por qualquer membro da sociedade, perfazendo assim um diferencial em termos da solução disponibilizada pelo Projeto E-Foto. Portanto, estudantes, profissionais do ramo e pesquisadores que utilizarem os resultados da pesquisa e inovação tecnológicas materializadas no código-fonte e nos pacotes de instalação para os sistemas operacionais Windows e Linux, não se limitarão ao uso de soluções em pacotes fechados, também chamados “caixas-pretas”, onde o acesso aos processos desenvolvidos é limitada aos interesses do proprietário; ao contrário, é esperado que qualquer interessado em fotogrametria possa não somente aprender os conceitos e algoritmos adotados, mas, sobretudo, que possa ser capaz de criar e desenvolver suas próprias soluções. Destacam-se entre as funcionalidades disponíveis do software os recursos para realização de cálculos dos parâmetros intrínsecos e extrínsecos que orientam fotografias provenientes de câmaras aerotransportadas analógicas ou digitais, bem como para a restituição estereoscópica de feições, para a extração de modelos numéricos de superfície, para a ortorretificação e composição de ortomosaicos. Em seu estado atual, estes recursos estão integrados e disponíveis através de uma interface gráfica com usuário que provê acesso aos dados de projetos fotogramétricos armazenados em arquivos num formato baseado em XML. Foi nomeada como versão 1.0, a revisão de julho de 2011, que introduziu esta integração de funções que até então não contemplavam de um modelo de dados unificado. Este marco, alavancou uma maior adesão da comunidade pelo uso do software na educação e também viabilizou para profissionais da área o estudo sobre a adoção da ferramenta em linhas de produção. Resultado da evolução contínua e adesão da comunidade, para uso direto em produção, educação ou pesquisa, o software incorporou melhorias para suporte a formatos de dados amplamente utilizados na indústria para intercâmbio de dados geográficos, como o Geotiff e o Shapefile. Foram também elaboradas customizações que atuam como plugins para gravação em bancos de dados segundo o padrão da Estrutura de Dados Geoespaciais Vetoriais (EDGV), que é parte da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE), para o uso de imagens provenientes de aeronaves remotamente pilotadas (RPA), bem como para a integração de modelos numéricos provenientes da fotogrametria com aqueles adquiridos em áreas submersas por técnicas de batimetria. Para próximas versões o time de desenvolvimento, que conta com docentes do quadro permanente da UERJ, além de seus alunos de graduação e pós-graduação, ou com colaboradores externos a ela, está levantando os requisitos para constituir uma versão 2.0 do software. Deste modo, as perspectivas apontam para um sistema distribuído, com simplificação dos modelos de dados e adoção de interfaces que permitam abstrair detalhes de implementação, onde seja possível viabilizar uma melhor modularização dos processos, acelerar a distribuição de revisões. Julga-se que tal estratégia venha a permitir a colaboração mais ativa dos membros da comunidade, ao aperfeiçoar componentes menores que atendam aos interesses distintos de educação, produção e pesquisa nos quais cada um destes esteja inserido. Do ponto de vista do usuário com menor nível de comprometimento, entende-se a necessidade de manutenção de uma aplicação com interface gráfica. Para usuários mais avançados observa-se a necessidade de suporte nativo à extensão por linguagens de script. Por fim, estima-se que estes ajustes levem à maior aderência aos distintos usos dados pela comunidade ao software e à integração do mesmo às mais recentes tecnologias de mercado.
Keywords
e-foto; educação em fotogrametria; fotogrametria digital