Utilização de Sistema de Informação Geográfica associado ao uso de Tablets e navegação off-line no Licenciamento Ambiental de Silvicultura


Autores

1Simon, M.T.; 2Costa, L.T.; 3Grazziotti, F.C.; 4Cuzzuol, R.D.; 5Steffen, T.M.; 6Giori, F.G.

1INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ES Email: michel.simon@idaf.es.gov.br
2INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ES Email: ltienne@idaf.es.gov.br
3INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ES Email: fabiano.grazziotti@idaf.es.gov.br
4INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ES Email: rcuzzuol@idaf.es.gov.br
5INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ES Email: tsteffen@idaf.es.gov.br
6INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ES Email: fabricio.giori@idaf.es.gov.br

Resumo

A realização de levantamentos de campo nos processos de Licenciamento Ambiental de Silvicultura é atividade rotineira, que envolve grandes extensões territoriais, contando com diferentes níveis de detalhamento, de acordo com as características de relevo, hidrografia e cobertura vegetal do imóvel. O processo consiste em várias etapas, mas, via de regra, pode ser dividido em quatro (três em escritório e uma em campo), quais sejam: análise dos dados apresentados, planejamento da vistoria, deslocamento e levantamento de campo e, por fim, o cruzamento dos dados apresentados com as informações coletadas em campo. Dessa forma, a utilização dos Sistemas de Informação Geográfica, pela sua característica de representação e integração de dados geográficos e imagens, associada à geração de boa base cartográfica, facilita a navegação em campo e permite ganhos significativos de qualidade dos dados levantados, além de contribuir para o aumento da produtividade técnica. No entanto, para que essa associação produza os resultados esperados, a mobilidade é item primordial. Considerando a massificação, nos últimos anos, da inserção de receptores de sinal de GPS (Global Positioning System) em tablet’s, a disponibilidade de ferramentas SIG gratuitas de boa qualidade, como o QGIS e o desenvolvimento de aplicativos que aliam praticidade e funcionalidade para os levantamentos de campo, como o Avenza Maps®, resolve-se o aspecto da mobilidade. Ressalta-se que a utilização do aplicativo Avenza Maps® em um tablet dispensa o uso de mapas impressos, aparelhos de GPS, câmeras fotográficas e pranchetas de anotação. A metodologia possui uma sequência de operações, iniciando-se com a preparação da base de vistoria, que é o conjunto de mapas digitais georreferenciados, gerados para utilização na navegação e no levantamento de dados. Todo esse procedimento é realizado com a utilização do software QGIS e consiste na sobreposição de arquivos shapefile com ortofotos e imagens de satélite (Google, Bing etc.), de forma que seja possível a identificação de pontos de interesse quando na realização de vistoria de campo. Basicamente são gerados dois mapas, um de acesso, com escala menor, no qual se recomenda levar em consideração a análise visual das estradas identificadas nas imagens de satélite e traçar a melhor rota, partindo de um referencial conhecido, e um mapa de vistoria, com escala maior. Neste último, atenta-se para a necessidade de correta visualização das feições que requerem atenção no levantamento de dados no campo, portanto, a escala adotada deve permitir bom nível de detalhe e a cobertura dos pontos ou faixas a serem vistoriados. Preparada a base de vistoria, é necessário importar os mapas gerados para uso no aplicativo Avenza Maps® instalado no tablet. Trata-se de uma operação bastante intuitiva e simples que envolve a conexão do tablet ao computador e a cópia dos mapas do computador para a memória interna ou cartão sd do tablet. Em seguida, no aplicativo é realizado o processamento dos mapas, tornando-os aptos à utilização para navegação e inserção de dados. Por se tratarem de mapas georreferenciados, previamente carregados no aplicativo, toda navegação ocorre de forma off-line, portanto, não é necessária conexão com internet, que na maior parte do meio rural brasileiro ainda é incipiente. A etapa seguinte envolve o acesso ao local a ser vistoriado e o levantamento de dados propriamente dito. O acesso pode ser feito navegando-se por uma rota previamente estabelecida no mapa ou ainda analisando-se as estradas disponíveis por meio das imagens que serviram de base para a elaboração do mapa. O aplicativo permite a gravação de trilhas, portanto, todo o caminho percorrido fica registrado e representado na tela do tablet, sobreposto ao mapa base. Atingido o local a ser vistoriado, usando o mapa de vistoria (maior detalhamento) inicia-se o levantamento de dados. Considerando a representação visual, na tela do tablet, da posição em que se encontra no mapa, o registro de dados daquela posição é bastante simples, bastando lançar um ponto de interesse no aplicativo. Neste ponto, é possível fazer a inserção de fotos e anotações, que passam, também, a contar com registro de coordenada geográfica. Assim, o registro de fotos e anotações é atrelado ao ponto em que foram registrados, facilitando a análise futura. Concluído o levantamento o aplicativo permite a exportação dos dados para análise detalhada em computador em formato gpx ou kmz. A análise dos dados levantados pode ser feita no QGIS ou então no Google Earth, que pode abrir o arquivo kmz contendo a trilha percorrida e os pontos registrados, incluindo as fotos e anotações, que podem ser visualizadas na tela do programa. Essa facilidade de visualização permite confrontar facilmente informações apresentadas pelo empreendedor ao órgão licenciador com a realidade constatada em campo. A utilização desse método resulta em expressivo aumento na produtividade dos trabalhos de levantamento de campo, especialmente em função da agilidade de navegação e registros. Em paralelo, resulta em ganho qualitativo na produção de laudos e documentos técnicos, uma vez que, os dados de campo inseridos nesses documentos passam a contar com informações geográficas de onde foram coletados. Por fim, considerando a necessidade de otimização do uso de recursos públicos, a metodologia permite economicidade na aquisição de equipamentos, pois o tablet substitui o gps, a câmera fotográfica e a prancheta de anotações e no gasto com combustíveis e diárias, pois áreas extensas são vistoriadas em pequenos espaços de tempo. Portanto, considerando as horas técnicas como um dos mais valiosos recursos públicos, o aumento na produtividade reflete diretamente na maior capacidade de atendimento das demandas oriundas da sociedade.

Keywords

Navegação; SIG; Tablet

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