Análise espacial utilizando métodos de mapeamento de uso e ocupação do solo de parcela da vila de Algodoal, Maracanã-PA, no ano de 2016.
Autores
1Dias, R.P.; 2Rodrigues, M.S.; 3Silva, J.F.; 4Moutinho, M.T.
1UFRA Email: rafaelp.dias@yahoo.com.br'
2UFRA Email: mateuscim@hotmail.com
3UFRA Email: jean.ferreira1@hotmail.com
4UFRA Email: michelemoutinho@hotmail.com
Resumo
A melhor forma de conservação dos recursos naturais tem sido por meio do controle de uso e ocupação do solo para a manutenção de áreas silvestres, através de espaços protegidos. As Unidades de Conservação apresentam destaque, uma vez que no âmbito da Política Nacional de Meio Ambiente, devem conservar a natureza, manter a biodiversidade, promover a qualidade de vida das populações humanas, e o desenvolvimento sustentável. As Unidades de Conservação da categoria Áreas de Proteção Ambiental (APA) apresentam como características fundamentais o fato de admitirem o uso sustentável dos recursos naturais e possuírem propriedades de domínio público e privado. O ato de planejar e gerir as APA consiste, por isso, num desafio, e envolve um empenho especial por parte do Estado. Conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), Lei Federal nº 9.985/2000, o planejamento de uma UC deve ser estabelecido a partir do Plano de Manejo, elaborado no prazo máximo de cinco anos, a contar da criação da Unidade. O Plano de Manejo é definido como documento técnico que, fundamentado nos objetivos gerais da UC, estabelece o zoneamento e as normas que irão presidir o uso da área e o manejo dos seus recursos naturais, assim como a implantação de estruturas físicas necessárias para a gestão da UC. É de responsabilidade do órgão gestor ou do proprietário da Unidade a elaboração do seu Plano de Manejo, que deve ser orientado por roteiros metodológicos básicos estabelecidos pelos órgãos executores do SNUC. A Vila de Algodoal fica na APA Algodoal-Maiandeua no arquipélago chamado Maiandeua, onde há diversas ilhas formadas por vários igarapés. Segundo alguns relatos, o nome Algodoal foi dado pelos primeiros pescadores que chegaram à localidade, aproximadamente, na década de 1920. A palavra Algodoal significava um lugar com grande quantidade da espécie algodão-de-seda Calotropis procera (Ait.)R.Br., cujas sementes possui pêlos plumosos de cor branca que, ao flutuarem pela ação dos ventos, lembram o algodão. Historiadores dão duas outras versões, a primeira era que navegantes portugueses comparavam as dunas brancas a um extenso algodoal e a segunda era que as espumas das ondas tinham aspectos de algodão. As espécies de algodão-de-seda ainda são encontradas na região da Ilha de Algodoal. A localização da área de estudo, situa-se no litoral nordeste do Estado do Pará, na microrregião do Salgado, e confronta-se com: o Oceano Atlântico ao Norte, o Furo do Mocooca ao Sul, a ria de Maracanã e a Reserva Extrativista Marinha de Maracanã a Leste, bem como a ria de Marapanim a Oeste. A Vila de Algodoal está localizada na região noroeste da APA de Algodoal-Maiandeua, cujos limites são: ao norte, o Canal que dá acesso à Praia da Princesinha; a leste, o mangue; a oeste a ria de Marapanim; e ao sul, o Igarapé das Lanchas (Furo Velho), sobre o qual atravessava uma ponte de madeira com destino à Ilha de Maiandeua. Para a realização deste trabalho, foram realizadas três etapas distintas concomitantemente. A primeira delas é a localização da área de estudo a partir de imagens, fotos, mapas temáticos e, principalmente, a partir do documento da APA Algodoal-Maiandeua realizado pela SEMAS – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade no ano de 2007. Com isso, foi realizado o planejamento para a viagem a campo, o que desemboca na segunda etapa de construção do trabalho. No período de 28 de agosto à 02 de Setembro foi concretizada a viagem a campo, a qual teve o objetivo de registrar fotograficamente a área, mapear as quadras e lotes com GPS de navegação, preencher boletins de informações cadastrais utilizando o aplicativo FORMS e, principalmente, o reconhecimento de área, onde é possível constatar todas as rugosidades em imagens orbitais do software Google Earth. Por sua vez, a terceira e última etapa da elaboração do trabalho, deu-se por meio do tabulamento e compilamento dos dados adquiridos em campo, onde foram vetorizadas em formato de polígonos todos os lotes apresentados. Após isso, houve a sobreposição da imagem de satélite e foram classificadas e zoneadas a partir da sua especificidade para elaborar o trabalho escrito. A vila possui uma malha viária quadricular, constituindo-se de quatro ruas principais, seis travessas e uma passagem de traçado irregular denominada de São Pedro que dá acesso ao bairro conhecido como Camambá, localizado entre o mangue e as edificações da orla onde compreende o porto principal. O relevo é predominantemente plano, apenas com declividades mais acentuadas próximas ao mangue e a orla marítima, expostas à influência das águas oceânicas. O solo é arenoso e há pouca arborização, as mais representativas estão no interior dos lotes. Para se produzir o zoneamento do uso e ocupação de quadras da Vila de Algodoal foram quatro classes: zona comercial, zona de serviços, zona residencial e sem zona definida. Pode-se observar a partir dos dados tabulados tem em sua grande parcela áreas construídas pois segundo o cálculo feito no software Arcgis 10.1 que a zona residencial é a maior em questões quantitativas, afinal ocupa 77,11% da área em pesquisa e a menor área de abrangência é a zona sem definição, aquelas zonas que não estão encaixadas em nenhuma das três zonas anteriormente e que não possuem construções em seu lote. O comércio da Vila de Algodoal apresenta-se varejista, predominando as chamadas mercearias, onde se vendem medicamentos, tecidos e ferragens. Atualmente, encontram-se algumas pequenas lojas de móveis e eletrodomésticos. As construções irregulares na ilha de Algodoal-Maiandeua têm crescido em decorrência da atividade turística, fazendo com que os moradores locais se desfaçam dos seus imóveis e terrenos, hoje ocupados por casas de veraneios, pousadas, bares e restaurantes, para construir suas residências em áreas de mangue. A maioria das residências utilizam dos serviços como energia elétrica, abastecimento de água, utilizando-se de poço artesiano e fossas sépticas.
Keywords
Zoneamento; Uso e ocupação do solo; Urbanização