Análise da Representatividade Fitofisionômica no estado do Rio de Janeiro,e as lacunas de conservação por meio do geoprocessamento


Autores

1Willian, J.; 2Jorge, G.; 3Richter, M.

1UFRRJ Email: willfariaas1@gmail.com
2UFRRJ Email: gabriel.f.jorge@hotmail.com
3UFRRJ Email: mrichter84@hotmail.com

Resumo

O Estado do Rio de Janeiro é unicamente formado pelo bioma Mata Atlântica, um dos mais ameaçados, também considerado um dos hotspots mundiais. Segundo o mapa de uso e cobertura vegetal do estado do Rio de Janeiro, 27,7% do território é coberto por remanescentes florestais e 1,24% de ecossistemas associados como as restingas e os manguezais. Além disso o domínio Mata Atlântica é composto por 10 diferentes formações fitofisionômicas, sendo a Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Montana e Ombrófila Densa Alto Montana, além das Florestas Estacionais Deciduais e Semideciduais que se subdividem em Decidual Montana, Decidual das Terras Baixas, Semidecidual Submontana, Semidecidual Montana e Semidecidual das Terras Baixas. Há também as regiões fitoecológicas mangue, restinga, dunas e comunidades relíquias. Essas variadas fitofisionomias encontram-se em diferentes estados de conservação e consequentemente a sua representatividade também varia conforme as pressões de uso. O presente trabalho objetiva, a partir do geoprocessamento, avaliar o estado de degradação/conservação das formações fitofisionômicas do estado do rio, identificando quais são as menos representativas, ou seja, as mais alteradas, as pressões de uso sobre os remanescentes de vegetação nativa e as lacunas de conservação a partir da sobreposição com as unidades de conservação (UC). Para tanto, foram utilizadas as informações cartográficas disponibilizadas em formato shapefile pelo INEA, tais como o mapa de uso e ocupação da terra e cobertura vegetal, o mapa das formações fitofisionômicas e o mapa das UCs Estaduais e Federais. Como programa de geoprocessamento utilizou-se o QGIs 2.18, de acesso livre e gratuito. Posteriormente, as tabelas de atributos com as devidas quantificações, foram exportadas para planilha excel, possibilitando a geração de gráficos que facilitam a leitura juntamente com os mapas. Os resultados apontam que das diferentes fitofisionomias, a formação ombrófila das Terras Baixas possui aproximadamente 15% de remanescente de vegetação nativa, sendo a principal conversão para áreas classificadas como pastagem (mais de 50%) e é a que apresenta maior percentagem de áreas urbanas, ocupando 27% da cobertura original. Dentre as fitofisionomia mais preservadas, a ombrófila alto montana está em ótimo estado de conservação, com 91% da cobertura nativa. Por outro lado, as mais degradadas são as formações Estacional Semidecidual e Decidual das Terras Baixas, cujo remanescentes de ambas não ultrapassam os 5% do original, sendo afetadas principalmente pela pastagem e agricultura. Da formação original da Semidecidual das Terras Baixas, 60% encontra-se ocupada por pastagem e 30% com plantio de cana. Já a Decidual das Terras Baixas encontra-se com 50% de pastagem e 23% de canaviais. Quanto à sobreposição com as unidades de conservação observa-se que ainda falta muito para que se tenha um cenário ideal de conservação e que precisam ser estimuladas políticas de criação de novas UCs e expansão das já existentes, especialmente nas fitofisionomias mais degradadas, além de se pensar nas diversas categorias presentes para avaliar a que modelo de área protegida deve ser criado: de uso sustentável ou de proteção integral.

Keywords

Geoprocessamento; Fitofisionomias; Unidades de conservação

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