Modelagem hidrológica da Bacia do Ribeirão Pouso Alegre, Jaú-SP
Autores
1Polonio, V.D.
1UNESP Email: van_polonio@hotmail.com
Resumo
Conceitualmente, a bacia hidrográfica tem sido utilizada como unidade de gestão da paisagem nas áreas relacionadas ao planejamento ambiental, especialmente na gestão dos recursos hídricos. Para entender a dinâmica desse sistema em sua totalidade a compreensão dos dados fisiográficos da Bacia Hidrográfica é imprescindível. Objetivo desse estudo é gerar a modelagem hidrológica da Bacia do Ribeirão Pouso Alegre através de dados de cartas planialtimétricas e relacionar com o uso do solo e rede de drenagem atualizados. A bacia do Ribeirão Pouso Alegre está situado no município de Jaú – SP, possui 14.731 ha, o clima da Bacia do Ribeirão Pouso Alegre é do tipo Cwa, possuindo inverno seco e verão chuvoso, de acordo com a classificação de Koppen. A precipitação média anual é em torno de 1.400mm, segundo dados da estação hidrometereológica da APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Pólo Regional Centro-oeste. O programa utilizado para o processamento das cartas e da imagem foi o ArcGIS 10.5. Para a delimitação da área da bacia, vetorização das curvas de nível, redes de drenagem, pontos cotados e nascentes, foram utilizadas 11 cartas planialtimétricas (059/073; 059/074; 059/075; 059/076; 060/073; 060/074; 060/075; 060/076; 060/077; 061/075 e 061/076) do Instituto Cartográfico e Geográfico (IGC) com escala de 1:10.000. A imagem de satélite utilizada neste estudo foi a do Landsat 8, com data de 23 de fevereiro de 2017, adquirida através da plataforma Land Viewer (https://lv.eosda.com/). A imagem foi projetada para o hemisfério Sul. O Uso da Terra foi gerado a partir da imagem Landsat 8, por classificação em tela (visual), com ajuda do programa Google Earth, e a rede de drenagem foi atualizada através dos mesmos. O Mapa de Uso da Terra foi gerado composto com: Café, Cana-de-Açúcar, Construção Rural (chácaras, sítios e prédios de fazendas), Eucalipto, Indústria, Laranja, Pastagem, Rodovia, Solo Exposto, Vegetação Nativa, Área Degradada e Área Urbana. A rede de drenagem adquirida pelas cartas topográficas do IGC apresentam 181,5 quilómetros de extensão, que correspondem à época de confecção das cartas, publicada em 1980. A rede de drenagem atualizada através da imagem de satélite apresentou 108,2 quilómetros de extensão O Uso da cana-de-açúcar apresentou 9202 ha representando 62% da área total, sendo o maior uso em área, seguido de pastagem com 12,9% (1901 ha), solo exposto com 9,28% (1366 ha) e vegetação nativa com 9% (1334 ha). Os demais usos apresentaram área abaixo de 3% Para a modelagem hidrológica, foi gerado o mapa de altimetria a partir das curvas de nível, ponto cotado utilizando a ferramenta Topo to Raster, onde foram apresentados valores entre 420 a 735 metros de altitude em relação ao nível do mar. A partir do mapa altimétrico foi gerado mapa de declividade onde nos mostrou pouca variação de declividade dentro da bacia do Ribeirão Pouco Alegre. Utilizando o mapa de altimetria novamente, foi gerado um mapa de direção de fluxo da bacia, onde a direção de fluxo está relacionada com variedade de pontos dentro de uma bacia hidrográfica e a várias relações hidrológicas estabelecidas entre esses pontos. A definição da direção do fluxo dar-se-á pela determinação da direção da maior declividade do terreno, onde cada célula (pixel) seguira seu vizinho mais íngreme, a partir da aplicação do código de direção. Por fim utilizando essa informação de direção de fluxo foi gerado um terceiro mapa, o mapa de acumulação de fluxo. O cálculo do acumulo do escoamento superficial é baseado na grade regular de direção do fluxo, através da soma da área das células (quantidade de células) na direção do fluxo (ou escoamento), ou seja, uma célula com valor 28 indica que 28 outras células contribuem para o seu fluxo superficial. Foi possível analisar o desenvolvimento dos afluentes em relação ao uso e foi observado que a bacia hidrográfica vem se desenvolvendo de forma positiva, em relação à preservação dos recursos naturais, devido ao seu crescimento em área na bacia. E se desenvolvendo de forma negativa devido à grande perda de afluentes. O geoprocessamento mostrou grande potencial para analisar esse comportamento.
Keywords
Geoprocessamento; Hidrologia; Sensoriamento Remoto