ESTUDO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE CORRELACIONADOS COM DESMATAMENTO NO MUNICÍPIO DE MOJU/PA, NO PERÍODO DE 2010 A 2015

Autores

¹Silva, B.C.S.; ²Catete, C.P.; ³Silva, L.C.T.; ⁴Duarte, C.R.M.; ⁵Guimarães, L.H.R.; ⁶Guimarães, R.J.P.S.

¹FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM – IESAM Email: brendacaroline444@gmail.com
²INSTITUTO EVANDRO CHAGAS / SVS / MS Email: ccatete@gmail.com
³INSTITUTO EVANDRO CHAGAS / SVS / MS Email: laryssatork@hotmail.com
⁴FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM – IESAM Email: clisiaduarte@gmail.com
⁵INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA Email: luishrg@gmail.com
⁶INSTITUTO EVANDRO CHAGAS / SVS / MS Email: ricardojpsg@gmail.com

Resumo

INTRODUÇÃO A leishmaniose é uma doença causada por parasitas protozoários do gênero Leishmania. A transmissão ocorre através da picada de mosquitos flebotomíneos, popularmente conhecidos como mosquito palha. Os diferentes aspectos clínicos da doença resultam de infecções de mais de 20 espécies diferentes de Leishmania, transmitidas por mais de 90 espécies de flebótomos, sendo representadas sob duas formas: tegumentar ou cutânea e visceral ou calazar (OMS, 2010; WHO, 2013; 2016). Levando em consideração que a incidência da leishmaniose é condicionada as características ecológicas dos vetores, o estudo da sua distribuição no espaço e no tempo se faz necessário. A epidemiologia estuda os agravos às condições de saúde de populações humanas detectando a relação desta com mudanças nos fatores ambientais, biológicos e antrópicos de um determinado território, ao nível individual ou coletivo. A epidemiologia utilizando as técnicas de geoprocessamento em suas análises, tem se inserido na noção mais ampla de uma ciência, por permitir execução de medidas de prevenção e controle destes fenômenos (ALVANHAN et al., 2001). OBJETIVO Analisar a distribuição espaço-temporal dos casos de Leishmaniose, correlacionado ao desmatamento no município de Moju (PA), no período de 2010 a 2015. METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido no município de Mojú, no Estado do Pará, possuindo uma área de 9.094,135 km² com uma população estimada de 78.629 habitantes (IBGE, 2017). Os dados sobre Leishmaniose Visceral (LV) no período de 2010 a 2015 foram obtidos do SINAN. Os mesmos foram tabulados no Excel 2013 para depuração e montagem do banco de dados georreferenciados. As coordenadas das áreas de incidência da doença foram coletadas em campo com a utilização do Sistema de Coordenadas Global (GPS). Os dados relacionados aos limites municipais, setores censitários, bairros, levantamento socioeconômico e demais dados necessários ao estudo foram obtidos no IBGE, OpenStreetMap e do Laboratório de Geoprocessamento do Instituto Evandro Chagas (IEC). Quanto aos dados relacionados ao desmatamento, estes foram obtidos do TerraClass do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) dos anos de 2010, 2012 e 2014. Para processamento, interpretação, visualização e análise dos dados foi utilizado o software ArcGIS. Foi utilizada a ferramenta Kernel para identificação da intensidade de casos por área e a ferramenta Buffer para identificação do raio de alcance dos casos de Leishmaniose. RESULTADOS Pode-se observar que no período de estudo 2010-2015 a distribuição espacial correlacionada as áreas de uso e cobertura da terra do projeto TerraClass do INPE evidenciou uma maior aglomeração de casos nas proximidades da sede do município, ou seja, na área urbana e em proporção menor na área rural (Figura 1). Na Figura 2 mostra o resultado da aplicação da técnica de Kernel mostrando a densidade dos casos por unidade de área. Neste contexto, ás áreas em vermelho são os chamados “pontos quentes”, isto é, aquelas que merecem atenção especial dos órgãos fiscalizadores e gestores de saúde no município de Moju/PA. CONCLUSÕES De acordo com as análises realizadas, observou-se uma relação entre o processo de desmatamento da região (áreas de pasto, urbana e vegetação secundária) com o aumento do número de casos de Leishmaniose. Uma vez que a doença está correlacionada a este sistema já que a crescente ocupação resulta na redução da vegetação e propicia a propagação do mosquito promovendo os surtos da doença na população que ocorrem principalmente nas classes de “área urbana” e “vegetação secundária”. Através dos resultados por meio da aplicação da técnica de Kernel apesar de a densidade ser mais alta nas regiões de sede, há o aparecimento de casos nas áreas rurais em virtude da concentração dos mosquitos vetores da Leishmaniose mediante circulação de pessoas no limite do município, favorecendo a proliferação da doença nas zonas de origem dessa comunidade que conforme visualizado são aglomerados nos trechos urbanos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, C.A.; COUTINHO, A.C.; ESQUERDO, J.C.D.M.; ADAMI, M.; VENTURIERI, A.; DINIZ, C.G.; DESSAY, N.; DURIEUX, L.; GOMES, A.R. High spatial resolution land use and land cover mapping of the Brazilian Legal Amazon in 2008 using Landsat-5/TM and MODIS data. Acta Amazonica, Vol 46 (3) 2016: 291-302. ALVANHAN, R.A.M.; CAMPOS, J.J.B.; SOARES, D.A.; ANDRADE, S.M. Vigilância Epidemiológica. In: ANDRADE, S.M. de; SOARES, D.A.; CORDONI JUNIOR, L. (Orgs). Bases da saúde coletiva. Londrina (PR): UEL. cap. 11, p. 211-229. 2001. GLORIA, M.R.B. Leishmaniose Visceral: situação epidemiológica e distribuição espacial, município de Palmas, Tocantins. 2006 (Doutorado - Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca). IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2017. Cidades@ - Pará. Disponível em: < http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php>. Acessado em: Julho de 2017. OMS - Organização Mundial da Saúde. Trabalhando para superar o impacto global de doenças tropicais negligenciadas: Primeiro relatório sobre doenças tropicais negligenciadas. Geneva, Switzerland: WHO Press, 2010. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44440/3/9789248564093 _por.pdf?ua=1>. Acesso em: dez. 2016. WHO - World Health Organization. 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Keywords

SIG; LEISHMANIOSE ; ANÁLISE ESPACIAL

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