O Papel da Empresa Júnior na Formação do Engenheiro Cartógrafo
Autores
1Bizzo Lopes, V.; 2Aguiar, L.; 3Salomão Graça, A.J.
1UERJ Email: viniciusbizzolopes@gmail.com
2UERJ Email: larissacosta.aguiar@gmail.com
3UERJ Email: alanjsg@gmail.com
Resumo
Surgido na França em 1967, o Movimento Empresa Junior (MEJ) tem um objetivo: formar estudantes em empreendedores comprometidos e qualificados para transformar o mundo por meio do aprendizado por projetos, gestão e cultura empreendedora através da vivencia empresarial. No Brasil o movimento é representado por uma confederação – Brasil Junior – e por suas 17 federações espalhadas pelo país. O MEJ cresce cada vez mais no Brasil e graças a esse crescimento em Abril de 2016 foi criada a Lei 13.267 que regulamenta todas as empresas juniores no brasil nas universidades fazendo com que as empresas tenham mais representatividade perante o mercado e as universidades. As empresas juniores são empresas sem fins lucrativos, entretanto, com fins econômicos e todo o superavit da empresa é revertido para bens da própria empresa e capacitação dos membros discentes. Devido a essa forma de trabalho das empresas juniores, todos os seus membros trabalham em regime voluntario, não recebendo nenhum tipo de remuneração (salário ou bolsa) pelo trabalho desempenhado na empresa, com isso o preço dos serviços das empresas juniores são até 60% mais baratos em comparação com empresas seniores. A maioria das empresas juniores atuam nos campos de consultoria, divulgação e capacitação, na Engenharia Cartográfica, por exemplo, as empresas juniores podem oferecer serviços como levantamentos topográficos, levantamentos cadastrais e georreferenciamento de imóveis, mapeamentos temáticos produzidos em SIGs, interpretação de dados geoespaciais (fotointerpretção, processamento digital de imagens, pós-processamento de dados GNSS, ...), confecção de produtos para o ensino de cartografia e geomarketing. Esses serviços são totalmente desenvolvidos pelos alunos membros da empresa júnior, desde a negociação inicial do projeto até a sua entrega, conferindo aos alunos noções de gerenciamento de projetos de engenharia em todas as suas etapas. A empresa possui a ajuda de conselheiros – ex-membros que estão no mercado de trabalho – e professores orientadores que revisam, corrigem e assinam os projetos, atestando a qualidade dos mesmos. A confecção desses projetos pelos alunos desenvolve as competências que um engenheiro precisa ter como: coordenação de projetos, planejamento, elaboração de orçamento, laudos técnicos, gestão, negociação, gerenciar equipes. Essas competências são de extrema importância para qualquer engenheiro e não são aprendidas apenas em sala de aula, na empresa júnior o aluno tem oportunidade de desenvolver essas competências e estar mais preparado para o mercado de trabalho. O presente projeto baseia-se em um estudo de caso das empresas juniores de engenharia que atuam nas áreas de cartografia e agrimensura, frente aos novos desafios oferecidos pelo mercado de trabalho para os futuros cartógrafos e agrimensores. Trabalhos anteriores consagrados revelam que o espectro de atuação dos engenheiros cartógrafos vai desde organizações que usam métodos tradicionais de produção cartográfica a aquelas que usam a mais recente tecnologia (GPS, Fotogrametria Digital, Sensoreamento Remoto, Geoprocessamento etc) considerando que o setor público dominava o mercado de trabalho com cerca de 75% dos profissionais, destacando-se o federal como o grande empregador, seguido do estadual e por último, e com um percentual muito pequeno de participação, o municipal. Quanto ao advento de novas tecnologias, uma questão que aqui cabe é: como as empresas juniores podem contribuir com áreas como coleta de dados com uso de drones, infraestrutura de dados espaciais, cadastro de imóveis e mapeamento web? A emergência do estudo desenvolvido aqui vem de encontro a nova conjuntura de fusão entre os cursos de engenharia cartográfica e engenharia de agrimensura, como uma tendência a nível nacional, cabendo outro questionamento: qual impacto isso representa na formação e atuação profissional os discentes? Diante desse quadro, o trabalho visa mostrar como novas demandas do mercado possibilitam uma redefinição das cartas de serviços das empresas juniores, bem como delinear quais as áreas de atuação as essas empresas podem investir massivamente para atender a futuras empresas seniores contratantes de estagiários e futuros recém graduados. A metodologia se baseia na aquisição de dados em campo, estabelecendo contato com as empresas juniores, e nos materiais apresentados pelas mesmas nos fóruns de discussões. A pesquisa contempla uma análise bibliográfica sobre o assunto partindo de leituras formais como livros e artigos, até notícias veiculadas portais on-line, informações de mídias sociais e outras fontes de informação que contemplam o assunto. Além disso, uma pesquisa qualitativa realizada com as gerencias das empresas juniores visa dar um panorama da atual contribuição exercida pelas mesmas para que os alunos consigam sua inserção no mercado de trabalho formal. Os resultados serão expostos através de gráficos e mapas temáticos que espacializam de forma clara as informações adquiridas ao longo da pesquisa.
Keywords
Empresa Junior; Formação Profissional; Cartografia e Agrimensura